Estado | Paraná |
Região | Sudoeste |
Gentílico | Esperancense do Iguaçu |
Área | 151,79 km² |
Altitude | 521 m |
População 2022 | 2.455 |
IDH | 0,700 |
Apenas dois dos 399 municípios do Paraná ainda não tiveram mortes por Covid-19: Santo Antônio do Paraíso, no Norte Pioneiro, e Boa Esperança do Iguaçu, no Sudoeste. Já Nova Aliança do Ivaí, no Noroeste, entrou para o triste grupo de municípios com perdas de vida na pandemia somente nesta semana, quando faleceu quarta-feira (05 de maio) a primeira vítima do coronavírus.
As
três cidades, distantes umas das outras e sem hospital, praticamente
enfrentaram da mesma forma a pandemia, com monitoramento diário de casos
suspeitos e confirmados, comunicação direta com a população, medidas
restritivas e multas. Mas o principal fator que facilitou a execução dessas
ações que salvaram vidas é o mesmo que mais preocupa as três prefeituras: a
população muito pequena de cada uma.
"A
gente tem que se precaver, porque a cidade é muito pequena. Como todo mundo tem
contato com todo mundo, temos que estar sempre à frente da doença", afirma
Viviani Mara Rosa Souza, secretária de Saúde de Santo Antônio do Paraíso,
município de apenas 2.068 habitantes cujo prefeito, Devanir Martelli (PV), está
justamente na fase final de recuperação da Covid-19, em isolamento domiciliar.
Mesmo
ainda sem um novo decreto estadual, que geralmente é acatado por municípios
pequenos, a prefeitura da cidade no Norte Pioneiro vai aplicar na próxima
segunda-feira (10) novas medidas restritivas. Para prevenir o contágio, o único
mercado da cidade só vai funcionar até as 18h e com limitação de 50% de sua
capacidade. O toque de recolher será retomado, com proibição de circulação de
pessoas das 20h às 5h do dia seguinte. Além disso, restaurantes e lanchonetes
só poderão atender no salão até 20h - depois desse horário, o atendimento será
apenas por delivery. O novo decreto municipal vai valer por 15 dias.
"Vamos
tomar essas medidas porque já observamos o aumento no número de casos de
Covid-19. Estávamos com oito pessoas infectadas e de quarta para quinta-feira
esse número dobrou, com mais oito pessoas doentes", justifica Viviani.
Com
isso, volta a circular também por Santo Antônio do Paraíso o carro de som,
sempre acompanhando de viaturas da Polícia Militar, Vigilância Sanitária e uma
ambulância de sirene ligada, pedindo às pessoas para que se cuidem, além de
mais postagens no Facebook alertando a população.
"Vamos
pedir para as pessoas seguirem as medidas preventivas, não receberem pessoas em
casa e nem irem para as cidades vizinhas, pelo risco de trazerem o vírus para
cá", aponta a secretária de Saúde. "A gente também costuma alertar no
carro de som que os hospitais das cidades vizinhas para aonde encaminhamos os
pacientes não têm vagas, na tentativa de as pessoas se conscientizarem e não
culparem a prefeitura de que não está fazendo a sua parte", completa a
secretária.
Já em Boa Esperança
do Iguaçu, de somente 2.470 moradores, as medidas restritivas tomadas ao longo
da pandemia encontraram resistência por parte dos moradores, em especial os
comerciantes. Mas, segundo o prefeito Givanildo Trumi (PP), foram determinantes
para que a cidade não tivesse nenhuma morte.
"Quando
anunciamos lockdown, arrumamos muita briga, mas tivemos resultado. Ainda tem
gente que não acredita que a Covid é muito perigosa. Mas cada vez que aumentam
os casos, fechamos a cidade", ressalta o prefeito, que autorizou a volta
às aulas no sistema híbrido na próxima semana, com parte dos alunos com aulas
on-line e parte presencial.
Com aprovação dos
vereadores, a prefeitura chegou a adotar nesse ano um sistema de pulseiras para
identificar os moradores suspeitos de infecção (na cor azul) e com Covid-19
confirmada (na cor vermelha). Porém, o município abandonou o sistema nessa
semana após se consultar o Ministério Público do Paraná (M-PR), que orientou
que as pulseiras não fossem utilizadas. "Mesmo assim, as pulseiras
serviram para conscientizar as pessoas", acredita o prefeito.
Hoje, a cidade está
com nove pessoas infectadas pelo coronavírus, todas de duas famílias, que estão
isoladas. Por ter população pequena, Trumi enfatiza que é relativamente fácil
para a Secretaria Municipal de Saúde identificar e isolar os casos suspeitos e
confirmados.
O prefeito elogia o
comportamento dos moradores até aqui em acatar as medidas individuais de
prevenção, como o uso de máscara e o distanciamento social. Tanto que, mesmo
aprovada no começo do ano no valor de R$ 700, a fiscalização não precisou
aplicar nenhuma multa por descumprimento das regras sanitárias.
Mesmo assim, o
prefeito teme que a população baixe a guarda, o que pode colocar Boa Esperança
do Iguaçu na triste realidade da maior parte dos municípios paranaenses que já
perdeu habitantes para o coronavírus. "Agora o desafio é maior, porque as
pessoas estão querendo voltar ao normal. Muitos se esquecem de que o vírus
continua sendo muito cruel. E o fato de ninguém ter morrido na nossa cidade
pode colaborar com essa falsa sensação", teme Trumi.
"As pessoas
estão se cuidando menos e a gente não sabe como é a reação do vírus no
organismo de cada um. Por isso estamos enfatizando isso ainda mais agora, mas
não é fácil. Estou preocupado", admite o prefeito de Boa Esperança do
Iguaçu.
O Comitê Municipal
de Enfrentamento da Pandemia também se reúne semanalmente para avaliar os
índices de infecção. Assim que os casos aumentam, a prefeitura toma medidas
restritivas no comércio e reforça as orientações aos moradores com o carro de
som.
Por
Marcos Xavier Vicente
07/05/2021 12:03
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/parana/restricao-e-carro-de-som-fizeram-diferenca-nas-duas-cidades-sem-mortes-por-covid-no-pr/
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Estado | Paraná |
Região | Sudoeste |
Gentílico | Esperancense do Iguaçu |
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Altitude | 521 m |
População 2022 | 2.455 |
IDH | 0,700 |