O município de Boa Esperança do Iguaçu emancipou-se em 26 de Abril de 1990 do município de Dois Vizinhos que se originou em 25 de Junho de 1960 do município de Pato Branco que em 14 de novembro de 1951 desmembrou-se de Clevelândia, que em 28 de Junho de 1892 emancipou de Palmas, que se originou em 13 de Abril de 1877 de Guarapuava, que desmembrou em 17 de Julho de 1852 de Castro que em 24 de Setembro de 1788 emancipou-se de Curitiba que por sua vez, em 29 de março de 1693 emancipou-se de Paranaguá criado em 29 de Julho de 1648 por Carta Régia. Antes mesmo da fixação dos pioneiros no lugar, o território de Boa Esperança do Iguaçu foi amplamente movimentado por diversas incursões exploradoras, notadamente nas proximidades do Rio Iguaçu.
Até o final do século passado, na região quase que exclusivamente habitada por povos indígenas (das tribos Tupi-Guarani e Guarani Kaiowá e até mesmos alguns pesquisadores afirmam ter encontrado a possibilidade de povos Xavantes), que “vagueavam pelas florestas e faxinas que cobriam estas paragens”.
Em 13 de setembro de 1943 foi criado o Território Federal do Iguaçu, que compreendiam grande parte do oeste e sudoeste paranaense. Nesta época iniciou-se a campanha „Marcha para o Oeste‟, que objetivava povoar o imenso vazio demográfico em que se constituía esta porção estadual, motivando muita gente a procurar novas frentes de colonização.
Por volta de 1947, colonos vindos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, utilizandose de transportes como carros de bois, cavalos e caminhões para chegarem à comunidade de Ouro Verde, foram se fixando próximo às margens do Rio dos Micos (atual sede urbana de Boa Esperança do Iguaçu). Dentre estes colonos, os irmãos Antonio Rafael da Silva e Francisco Rafael da Silva, vindos de Francisco de Paula, do Rio Grande do Sul. Estes irmãos faziam parte de um grupo de nove pessoas que chegaram chefiados por um guia conhecido por José Diamante. O objetivo do grupo era caçar e conhecer novas terras. Em uma das caçadas, a sorte não os ajudou, e para aplacarem a fome, tiveram que matar um mico, e Rafael da Silva que fazia parte do grupo se recusou a comer, mas quando todos dormiam, não agüentando a fome, Rafael da Silva comeu o último pedaço do mico, ficando este fato registrado na história da região, marcando o local dos micos. Em 1949 chegaram ao lugar onde se situa a sede urbana de Boa Esperança, o Sr Waldomiro Dalogno e família, vindo de Caxias do Sul. Esta família fixou-se nas proximidades do Ribeirão dos Micos (rio que corta a cidade chamada de micos) e mais tarde passou a ser denominado Lajeado dos Micos. No ano seguinte, novas famílias de colonos gaúchos e catarinenses aportaram ao local, persuadidas pela fertilidade do solo e fartura de terras, pois eram pessoas afeitas a terra. Nessa leva de pioneiros chegaram às famílias de, Luis Molski, José Zanolla, João Maria Rodrigues, Maria Francisca da Silva e Doraci Borges Rodrigues. Formou - se então um núcleo de colonização, tendo os pioneiros providenciados à construção de uma capela e mais tarde de uma escola. Maria Luiza da Silva, Filha de Antonio Rafael da Silva (conhecido por Antonhão), foi à primeira professora do povoado, posteriormente lecionaram as professoras Dona Flora, Rosalina e Josefina de Oliveira.
A denominação Lajeado dos Micos, nome dado ao local por haver em abundância
desta espécie de macacos, permaneceu até meados de 1958-1959, e não agradava a
comunidade, que posteriormente foi alterada para Boa Esperança do Sul, por
sugestão de Antonhão, (que dizia que devia se chamar
assim por ter terra boa e muita mata – o verde).
Por algum tempo o povoado foi conhecido por Boa
Esperança do Sul, constando com está denominação
inclusive em mapas cartográficos, em virtude da
qualidade das terras e quantidade de matas – verde e
ainda o Rio Iguaçu.
Sendo que mais tarde novamente foi mudado o nome da localidade para então Boa
Esperança do Iguaçu quando em visita a vila o Sr.
Agostinho Michels, secretário do prefeito de Francisco
Beltrão, Sr. Ângelo Camilotti, sugeriu a mudança em
virtude da qualidade das terras e quantidade de matas
– verde e ainda o Rio Iguaçu.
A paz dos habitantes da região foi ameaçada em diversas ocasiões, por conta das
ações da Clevelândia Industrial e Territorial Ltda. - CITLA, empresa imobiliária
detentora de vasta gleba de terras, e que não respeitou e direito de posse de muitos
colonos, promovendo terrorismo e espalhando pânico entre os moradores. Culminou,
após muitos entreveros, com o histórico „Levante dos Posseiros‟ em 1957, e a
intervenção do governo, que criou o GETSOP (Grupo Executivo pra as terras do
Sudoeste do Paraná) determinado a demarcação e titulação das terras. É importante
ressaltar que muitos destes colonos que lutaram na chamada revolta de 57 ainda
residem no município. O comércio em Boa Esperança do Iguaçu começou com
algumas mercearias, que vendiam produtos básicos, como sal, farinha de trigo,
bebidas e munições, e a comercialização dos artigos era na base de troca por
produtos ou animais. Os primeiros comerciantes a se instalarem na sede foram os
senhores Antonio Rafael da Silva e Luiz Veroneze. Por volta de 1958-1960 surgiram
as primeiras indústrias de Boa Esperança do Iguaçu, baseadas na extração de
madeira, as primeiras serrarias pertenceram aos senhores José Zanolla, Pedro
Montagna, Fioravante Rufatto, Antonio da Silva Duarte, Ricardo Corona e Arlindo
Azevedo.
Lourival Becher foi o primeiro ferreiro, fabricava carroças e arados, e a primeira
mecânica foi a do Sr. Antonio Santa Helena. Nesta época surgiram os primeiros
moinhos, que beneficiavam trigo arroz e milho, base da alimentação. Estes moinhos
pertenciam aos senhores José Zanolla, Elias Alberton e Olímpio Burato, entre outros.
Baseados na fé católica, os primeiros habitantes
contaram com a presença forte de um padre de
origem Belga, o Padre Florêncio, que contou com
a ajuda dos Ministros Eucarísticos Sr. Claudino
Rufatto e Antonio da Silva Duarte. Luiza e
Iracema, filhas de Antonio Rafael da Silva, o
Antonhão, foram às primeiras catequistas.
A padroeira do município é Nossa senhora
Aparecida escolhida como padroeira por volta do
ano de 1980 pela maioria dos moradores que
eram devotos a esta.
Os costumes da época eram baseados no
trabalho estilo mutirão, chamado na época de
puchirão, fabricavam a própria pinga que bebiam,
faziam churrascos de animais silvestres,
praticavam tiro ao alvo e participavam de animadas corridas de cavalos, denominadas
carreiras. As festas comunitárias eram animadas com gaitas, violões e pandeiros,
tinham duração entre dois ou três dias.
Por volta de 1968-1969, o Dr. Júlio Galo, construiu um hospital na cidade, porém com
o término do ciclo madeireiro, o mesmo foi
fechado.
Desempenharam importante assistência social,
as senhoras Graçolina Barbosa, Isabel Reis,
Maria Meurer, parteiras, com destaque para a
Sra. Salute Benfato Raupp, com 2004 partos
realizados.
A Sra. Salute Benfato Raupp, recebeu do
Município de Boa Esperança do Iguaçu o
Título de Cidadã Honorária, pelos relevantes
serviços prestados à comunidade
boaesperancense.
Também o farmacêutico Sr. Raulino Mello de Souza teve importante participação na
área de saúde.
O meio de comunicação mais utilizado na época eram as cartas, levadas por pessoas
que passavam pela região, e os meios de transporte, além de carroças e cavalos,
eram canoas, botes, jangadas, entre outros.
Os senhores Antonio Rafael da Silva, Valdomiro da Lanha, José Zanolla, Dolvino de
Souza, Francisco Rafael da Silva, entre outros, faziam o transportes de cereais em
carroças, quanto aos porcos criados pelos safristas, estes eram tropeados a pé até
Dois Vizinhos onde eram vendidos.
A emancipação política do município deu-se a luta de autoridades políticas e do povo Boa Esperancense.
Em 13 de janeiro de 1966, a vila foi elevada à categoria de distrito pela Lei Estadual n° 5259, e em 26 de abril de 1990, elevado ao nível de município através da Lei Estadual n° 9231, sendo instalado em 1° de janeiro de 1993, pertencendo à comarca de Dois Vizinhos.
A instalação oficial do município se concretizou no dia 01 de janeiro de 1993, com a
posse do primeiro prefeito municipal eleito, Sr. Zelino Thomazi e de seu vice Sr.
Antonio da Silva Duarte.
O Município de Boa Esperança do Iguaçu é banhado pelo Rio Iguaçu e por volta de 1992, a COPEL iniciou as primeiras visitas aos proprietários e arrendatários de terras do município de Boa Esperança do Iguaçu com o propósito de obter dados para a indenização dos mesmos, visto que havia o interesse da instalação da (Usina de Governador José Richa), por conseqüência da instalação da Usina houve o alagamento de várias propriedades rurais que se localizavam as margens do Rio Iguaçu e a sede de uma comunidade do município, chamada Ouro Verde.
Em 1993, a COPEL, efetuou novos cadastros e iniciou a negociação junto às famílias
que seriam atingidas pelo alagamento do Rio Iguaçu.
O Município de Boa Esperança do Iguaçu teve um total de 108 famílias atingidas,
distribuídas em 64 propriedades rurais do município, foram 787 hectares de terras
alagados pelas águas que hoje formam o Lago da Usina Governador José Richa,
equivalendo a 5% da área total do município.
Entre 1996 e 1997 – A COPEL negociou com os moradores da Comunidade de Ouro
Verde o valor que seria pago pela estrutura física da sede, lá havia 01 (uma) escola
municipal 01 (uma) Igreja e 01 (um) pavilhão comunitário, a Comunidade recebeu a
indenização e repassou a Mitra, que fica
localizada no Município de Palmas - PR, então,
os moradores que tinham suas propriedades em
área mais distante do Rio Iguaçu e que não foram
atingidos pelo alagamento, passaram a pertencer
a Comunidade vizinha, chamada Fazenda
Veroneze.
No segundo semestre de 1997, a comunidade de
Ouro Verde realizou a última missa e almoço de
confraternização com todos os moradores
residentes na comunidade, visto que a partir das
negociações realizadas com a COPEL, todas as
famílias que teriam suas propriedades alagadas
teriam que desocupar as terras.
Neste processo de instalação da Usina Governador José Richa, a COPEL adquiriu uma área de terras dentro do município de Boa Esperança do Iguaçu e formou um reassentamento que congregou 22 (vinte e duas) famílias, algumas vieram de outros municípios vizinhos atingidos pelo alagamento, e outras eram da Comunidade de Ouro verde, Linha Salvático e São Luiz do Iguaçu. Neste processo de construção da Usina Salto Caxias, hoje denominada Usina Governador José Richa, o município de Boa Esperança do Iguaçu perdeu muitas famílias que aqui residiam, pois estas receberam pelas suas terras que ficaram alagadas Cartas de Crédito e adquiriram áreas de terras em outros municípios e outras famílias ainda, foram reassentadas no município de Cascavel.
Estes moradores que formaram o reassentamento constituíram uma associação e
receberam da COPEL, recursos para fazerem investimentos e formarem uma nova
sede, eles construíram um Pavilhão Comunitário, uma quadra de esportes, uma
cancha de bocha e um campo de futebol suíço e recursos para construir uma igreja,
mas como a sede do reassentamento é muito próxima a Comunidade de Fazenda
Veroneze e esta não possuía Igreja, a associação entrou em acordo e doou a Igreja à
Comunidade de Fazenda Veroneze, onde as famílias católicas do reassentamento, juntamente com as famílias que restaram da extinta comunidade de Ouro Verde passariam e utilizar a mesma Igreja.
A Santa Padroeira da Comunidade de Ouro Verde Nossa Senhora dos Navegantes a quem os moradores tinham devoção, foi entregue à Comunidade de Fazenda Veroneze durante a Missa e Festa de Inauguração da Igreja, no dia 10 de maio de 1998 e Fazenda Veroneze que já tinha Nossa Senhora da Salete como Padroeira da Comunidade, a partir daí a comunidade passou a ter duas Santas Padroeiras. Nesta Missa os casais de Pioneiros da extinta comunidade de Ouro Verde Sr. Lídio Fretta e Sra. Lita Paladini Fretta e o casal Sr. Afonso Bratti e Sra. Enedina Bratti, realizando a entrega da Padroeira Nossa Senhora dos Navegantes da extinta comunidade de Ouro Verde à comunidade de Fazenda Veroneze. No dia da inauguração da Igreja 10/05/1998.
O município de Boa esperança do Iguaçu pertence à Microrregião 26 (AMSOP), a padroeira
do município é Nossa Senhora Aparecida e a data da comemoração municipal é dia
26 de Abril.
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VICE-PREFEITA |
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Estado | Paraná |
Região | Sudoeste |
Gentílico | Esperancense do Iguaçu |
Área | 151,79 km² |
Altitude | 521 m |
População 2016 | 2.768 |
IDH | 0,741 |
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