Estado | Paraná |
Região | Sudoeste |
Gentílico | Esperancense do Iguaçu |
Área | 151,79 km² |
Altitude | 521 m |
População 2022 | 2.455 |
IDH | 0,700 |
No encontro das águas dos rios Jaracatiá e Iguaçu, no lago da Usina Salto Caxias, em Boa Esperança do Iguaçu, os sócios Nelson Stübbe e Pedro Toaldo apostaram em uma inovação na forma de criar peixes no sudoeste: tanques-rede.
Há 10 anos, com o apoio da Prefeitura de Boa Esperança do
Iguaçu, Stübbe e Toaldo, oriundos de Maripá (oeste do Paraná), concretizaram o
projeto, tendo contado com o incentivo de três gestões da Administração
Municipal. E fizeram da piscicultura uma das vitrines de Boa Esperança do
Iguaçu.
Atualmente, são 430 tanques (com possibilidade de chegar a 1.600), que produzem, mensalmente, 100 toneladas de tilápia. Dessa produção, segundo os sócios da piscicultura, 80% é comercializada em Francisco Beltrão e, também, em Centrais de Abastecimento (Ceasas) de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo.
O ciclo da produção de tilápia tem duração de 10 meses, e
inicia com alevinos que pesam em torno de cinco gramas. Conforme o crescimento
dos peixes, há a acomodação nos tanques, até as tilápias atingirem peso de um
quilo, quando estão no ponto para a comercialização. Nos dias de mais calor, a
alimentação dos peixes é feita até três vezes ao dia, com a ração que sai dos
silos e é distribuída nos tanques através de barcos.
Da fazenda de tilápias, os peixes para a comercialização podem sair em caminhões-tanque, ou, colocados em caixas térmicas com gelo após a aplicação de uma técnica de sangria e choque térmico. A propriedade chega a produzir 1 milhão de quilos por ano e, de acordo com os sócios, uma das principais vantagens neste sistema de tanques-rede, diretamente no rio, é a menor amplitude térmica da água. Pois, ao contrário dos açudes, dispensa mecanismos de oxigenação.
Já às margens da PR-879, na localidade de Linha Vachin,
está a 3Gs Adubos Orgânicos e Fertilizantes, a única usina de biodigestão no
Brasil com o sistema completo de economia circular. Essa economia circular
aplicada na propriedade consiste na geração de energia térmica, o biogás, que
abastece os aviários (também é dos aviários que saem parte da biomassa a ser
transformada em energia, como veremos a seguir), e, ainda, no fornecimento da
energia elétrica excedente para a rede da Copel, suficiente para abastecer até
250 residências que consomem, em média, 250 kwh/mês. Tudo isso, a partir da
matéria orgânica de origem animal, como camas de aviários, resíduos de
laticínios (soro do leite) e dejetos de suínos.
Os irmãos Gilmar, Gilson e Geovani de Paula são pioneiros
neste sistema de geração de energia renovável. Após um financiamento de R$ 3,3
milhões, eles implantaram a usina, que entrou em operação em 2018. E,
atualmente, durante a operação contínua nas 24 horas do dia, o biodigestor da
usina produz 1.150 metros cúbicos de biogás diariamente.
Ao chegarem na usina de biodigestão, os dejetos são
depositados em um reservatório com capacidade para 500 toneladas.
Posteriormente, ocorre a mistura de fases em líquida e sólida. A líquida, é
encaminhada para o biodigestor – que tem capacidade para armazenar até 1.560
metros cúbicos – e, após 32 dias, é liberada em forma de biofertilizante. Além
de todas as aplicações já citadas, o biogás também pode passar por um processo
de refinamento, ser transformado em biometano, e, por consequência, aproveitado
como Gás Natural Veicular (GNV). O GNV evita um volume 23 vezes menor de
poluentes na atmosfera, pois evita o lançamento do metano (CH4). Ou seja, com
este processo de produção de biometano, a 3Gs adubos orgânicos evita que,
praticamente, 1 tonelada de metano seja lançado na atmosfera.
Já o resíduo sólido é transformado em fertilizante
orgânico, após um processo de compostagem que dura de 60 a 80 dias. E, então, é
vendido para floriculturas, mercados e lojas agropecuárias, já que pode ser
aplicado em qualquer tipo de produção agrícola.
Para além do resíduo sólido, a parte líquida que sai do
biodigestor (biofertilizante) é utilizada na fenação (forragem para o gado) e
produção de grãos na propriedade dos irmãos, o que, segundo eles, potencializou
a produção, pois o biofertilizante devolve a capacidade produtiva do solo.
A 3Gs também integra o projeto “Aplicação de Biogás para
a agroindústria brasileira”, como unidade de demonstração. O objetivo deste
projeto é reduzir as emissões de gases de efeito estufa, com o incentivo ao
desenvolvimento de tecnologias de produção de biogás no Brasil. A ação é
liderada pela Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial
(Unido), em parceria com os ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação;
Minas e Energia; Meio Ambiente, e Agricultura, Pecuária e Abastecimento, bem
como, Itaipu Binacional e Centro Internacional de Energias Renováveis
(CIBiogás).
As visitas foram feitas pelo Diretor Administrativo da AMSOP o Ex Prefeito de Boa Esperança do Iguaçu Claudemir Freitas e o Assessor de Comunicação da AMSOP Guilherme Del Zotto, que estavam no Município por ocasião da visita da Primeira-Dama do Paraná Luciana Saito Massa, aos quais agradecemos imensamente pelas visitas e pelas reportagens.
Matéria da Assessoria de Comunicação da AMSOP / Guilherme Del Zotto
Estado | Paraná |
Região | Sudoeste |
Gentílico | Esperancense do Iguaçu |
Área | 151,79 km² |
Altitude | 521 m |
População 2022 | 2.455 |
IDH | 0,700 |